Não deixes este silêncio parado;
Este sitio sozinho, remanso leito, este ninho….
Este lençóis enrugados, estes corpos,
esta pele escorrida, estes pelos plissados…
Esta febre derretida,
nestes suores espremidos, destes olhos estouvados…
Ai!
A fragância destes órgãos, destes beijos,
A macieza deste odor….
Estes lábios de linho, hummm…..
DePiro
O amor,
onde a história se fotografa, é sempre mais bonito que o filme;
diapositivo que transcende o andamento, como que a pedir:
- Não cortem este momento….
Amor, sintonia, ainda que a letra se esgrime,
ou até, a harmonia não rime, parecendo bélico, feio, quimera;
coragem ou covardia.
Bonito, mas sempre um filme: - É amor, é sublime!
DePiro
Mãe,
é mais um dia a nascer, ao som da tua voz
Onde quer que estejas,
Sei que acompanharás estes olhos, este sorriso a sofrer…..
Com um olhar cremoso, nas tuas mãos sedadas,
Eu sei que me acariciarás…..
DePiro
Fazes a noite de florestas, densas, atribuladas, ralas e mansas ...
Florestas de noites, em cores de fogo, uivos e festas;
que fazes, à noite, o meu dia; és toda noite; o teu dia; o meu ser ...
Meu amor, minha noite, dança de luar por entre flautas de jasmim ...
És toda minha - noite !
DePiro
Lisboa 2000 10 28
Escondo-me na vergonha do mundo, sem perceber como me fez.
E, exposta em prazer profundo,
deixo-me vaporizar, cristalizar a alma, no suor da minha nudez!
DePiro
Éramos pássaros andantes.
Enquanto meu corpo se abrigava, a alma acobardava e a alma se continha….
Amantes, sim; amantes mas vingados, aindas que, por amor, condenados
Chamavam-nos tratantes, vadios, desaforados
Nossos olhos ficavam na rua, esmagados no encontrão de outros olhares…..
Luzidios, que já não gritam sobre o mar, não são mais aqueles olhos chorados,
Sitio nenhum, mas o meu, o teu, o nosso lugar comum…
Amar que nunca saboreou um olhar, que quer olhar, chorar, amar,
Mesmo que morra; quero ser tua, tenho que ser minha, porra!
DePiro
É um berro no tempo presente….
O beijo no sorriso ausente.
Beijo de lágrima sozinha, colorida, branca,
que se faz tua, que é minha….
De toda a gente!
Vida,
espelho de sol, no riso da gente,
céu d´água – olhar de montanha
de mar pungente no cais que me seduz….
Que o mundo namora,
meu ser, vida minha, meu nada,
que o tempo rouba a toda a hora…..
Minha foz d´alma, meu choro de luz!
Grita, chora, ri, salta, canta, dança,
baila em mim…..
Ó vida, quero-te assim!
DePiro
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